Seria o Zeebo o pai dos "Microconsoles"?


Depois do exercício (bem difícil pra mim, admito!) de elogiar a Sony que eu fiz ontem, muitas idéias passaram voando na minha cabeça sobre esse rico assunto: Os Microconsoles!


Não que eu tenha saído desesperadamente procurando artigos sobre o assunto ou coisas do tipo, mas calhou de eu estar ouvindo o episódio #83 do Game|Life Podcast, da Wired, e o assunto ser justamente esse. Claro que o tópico principal passa por nomes mais conhecidos como PS Vita TV, Ouya, Game Stick e a os indícios da possível entrada da Apple nesse mercado promissor, mas o que me fez encarar todo esse assunto de um jeito diferente foi justamente a pergunta que encabeça esse post: O Zeebo é o primeiro microconsole da história?



De cima para baixo: Game Stick, PS Vita TV e Ouya.

Me chamem de maluco, ingênuo ou viúva da Zeebo Inc., tanto faz agora! O dano de ter feito essa correlação na minha cabeça já está feito.
O Zeebo, de fato, compartilha muitas semelhanças com o modelo de negócios do Ouya, por exemplo. E ainda por cima, tem outras diretrizes que permanecem inovadoras ainda hoje, mais de 3 anos após a morte oficial do aparelho.

Proposta Ousada
"Jogos para o próximo bilhão." - Esse era o lema do Zeebo, que tinha como alvo os mercados emergentes, como Brasil, Rússia e Índia. No interior da sua pequena e simpática carcaça, havia um hardware comparável a um Nokia N95, com uma peculiaridade interessante: não havia a necessidade de mídia física para a distribuição de seus jogos. O usuário acessava a ZeeboNet 3G, o coração do aparelho, para baixar aplicativos e jogos. O mais interessante disso tudo é que essa rede 3G não era paga, e não era necessário nenhum modem ou nada parecido, pois todo o processo de conexão era feito pelo próprio aparelho. 

Era só ligar e sair jogando!

Claro que nem tudo são flores, ainda mais com o Zeebo. A despeito de sua proposta interessante, gráficos datados e o preço controverso (R$ 499,90 no lançamento e R$ 299,90 alguns meses depois, um preço muito abaixo dos consoles mais modernos, mas ainda alto para o que o aparelho entregava) e a falta de suporte acabaram por tornar o Zeebo uma nota de rodapé na história da indústria dos videogames.

Semelhanças


O Zeebo pode até ter nascido morto para muitos, mas de fato, ele abriu os olhos de algumas pessoas para um outro modelo de negócios. Seu  tamanho reduzido, hardware simples e de baixo custo, foco na distribuição digital, preço de entrada relativamente baixo e foco em jogos clássicos (emulados oficialmente no caso dele e do Vita TV, e não-oficialmente no caso do Ouya) são as principais peculiaridades desse tipo de aparelho. O foco em mercado emergentes também algo interessante de se notar. O que torna o Zeebo realmente inovador é o fato de ele ter feito isso quase dois anos antes do lançamento do Kickstarter que deu origem ao Ouya, o maior "sucesso" desse novo segmento.



Se é tão inovador, porque não deu certo?



Não é muito difícil identificar o que deu errado com o Zeebo. Ambição muito grande por parte da Tectoy? Erro na escolha do Brasil como país inicial para o lançamento? Hardware muito fraco para o preço? Atraso no desenvolvimento dos jogos? Bem... talvez tudo isso. A tentativa de pegar carona no sucesso do Wii, com seus acessórios de movimento também não ajudou. 

No fim, só sobrou o legado que poucos notam e um número menor ainda de pessoas reconhece. 
Mas nada muda o fato de ele ter sido pioneiro nesse segmento.


Quem sabe a Tectoy não usa seu know-how pra fazer um Zeebo 2, corrigindo os erros do passado para ser mais relevante e competitivo? Eu pelo menos, adoraria que isso acontecesse.

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